Far Cry Primal – Análise

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Primal abandona nitidamente o elemento FPS e literalmente nos coloca onde o jogo quer, ou seja, na Idade da Pedra.

 

Desenvolvido pela Ubisoft Montreal em parceria com outros três estúdios da Ubisoft – Toronto, Shanghai e Kiev -, Far Cry Primal é uma experiência single player que leva os jogadores para 10 mil anos antes de Cristo em um momento em que grandes criaturas, como mamutes e tigres-dente-de-sabre, dominavam a Terra. A série que invadiu os trópicos e subiu o Himalaia, apresenta agora um novo gameplay em estilo mundo aberto onde os seres humanos não estavam no topo da cadeia alimentar e precisavam lutar todos os dias pela sobrevivência em um ambiente cercado de predadores ferozes, cenários deslumbrantes e desafios imprevisíveis.Sendo assim, podemos dizer que temos aqui realmente um jogo de mundo aberto com ambientes extremamente ricos, uma abundante fauna e flora e uma estrutura baseada em missões com objetivos primários e secundários, algo que a Ubisoft já mostrou que é capaz de fazer em outros jogos da série Far Cry. O único problema real é que aqui passamos da era moderna para a Idade da Pedra, sendo assim temos a eliminação das armas de fogo e à limitação de combate à distância, um detalhe que obrigou os programadores a estudar um sistema de combate diferente para preencher essa lacuna.

E assim nasceu Far Cry Primal, que iniciou esse projeto para aproveitar uma oportunidade de transformar algo real em algo fascinante. Os programadores, no entanto, conseguiram dar a Primal algo distinto, mas sem aquela pitada extra que iria transformá-lo em uma pequena obra-prima.

Com o tempo vamos dominando cada habilidade e, principalmente, vamos perceber quão útil é o caminho do nosso caçador. Um filtro visual pode ser ativado pressionando o stick direito que destaca todos os elementos interativos nas imediações, assim como acontece em outros títulos de mundo aberto como Assassin’s Creed, por exemplo.

Graças aos sentidos de caçador podemos encontrar animais para caçar, recursos naturais para recolhermos e até mesmo o cheiro da presa potencial, mostrado na forma de trilhas óbvias. Depois de alguns momentos, e uma rápida pesquisa de materiais nas proximidades, Takkar consegue fabricar um arco que irá provar ser a arma mais útil e gratificante no jogo. Apesar de não termos armas de fogo como em outros jogos da série Far Cry, de fato, em Primal você pode usar o arco para atirar nos inimigos à distância ou, caso contrário, irá enfrentar uma inevitável batalha corpo-a-corpo.

Os problemas, no entanto, surgem quando os combates se tornarem mais violentos, já que os combates corpo-a-corpo são caracterizados por um sistema de combate muito básico, algo semelhante ao que presenciamos em alguns combates de Elder Scrolls. É possível dispararmos um golpe pesado utilizando o gatilho, mas além disso, você não pode fazer mais nada. Esquivar está associado unicamente ao movimento do stick esquerdo, com resultados insatisfatórios. Essa deficiências irão nos obrigar a utilizar uma abordagem de longo alcance, seja com o um arco, lanças ou outras armas que são obtidas nos estágios mais avançados do jogo.

No entanto, a situação melhora quando aprendemos a domesticar animais selvagens que habitam o vale de Oros. Quando você ganha essa capacidade as coisas começam a ficar muito mais divertidas, porque você pode usar a coruja como uma espécie de drone vivo, enquanto os quadrúpedes maiores e mais agressivos podem ser utilizados como tanques, ou até mesmo como um meio de locomoção.

Observando esses elementos você percebe como Far Cry Primal se afastou da estrutura tradicional do FPS para oferecer algo mais parecido a jogos de aventura. Os confrontos com multidões estão lá e são muito frequentes, mas geralmente você tem a sensação de estar na frente de uma experiência bem familiar, onde você pode optar por abordagens diferentes, dependendo da situação é claro.

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Acrescente a isso a necessidade de construir e expandir a aldeia de sua tribo, encontrar novos membros para ser aceito (depois de ajuda-los em missões especiais, aprendendo com eles seus respectivos talentos), a construção de novas cabanas e também melhorar a qualidade de vida dos Wenja. Para melhorar os vários elementos da aldeia são necessários diversos materiais, cujo número aumenta ao completarmos as missões principais e outras missões secundárias que, eventualmente, aparecem no mapa.

O sentimento que temos quando começamos a jogar Far Cry Primal é que o título da Ubisoft flui de forma muito agradável, mas não oferece picos emocionantes. O enredo e os personagens criados pelos desenvolvedores não oferecem uma configuração que se enquadra perfeitamente no segmento da narrativa. Na maior parte do tempo vamos atrás de materiais e recursos para nossa aldeia, completando diversas missões principais e secundários.

Não é algo fantástico ou inovador, mas diverte, especialmente nas fases iniciais, quando não temos armas, recursos ou habilidades. Podemos dizer que é um jogo interessante que abandona nitidamente o elemento FPS da franquia. Os mais dedicados irão ter muito o que fazer aqui além da campanha principal. No entanto, aqueles que buscam por tiroteios intensos, não irão encontrar nada além de um mundo pré-histórico repleto de itens para coletar, animas para caçar e habilidades para aprimorar. Aqui você está literalmente onde o jogo quer, ou seja, na Idade da Pedra.


 

Fonte: Ubisoft, Brasil Gamer

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